Um Grande Professor
Abraçou a Antropologia com Paixão e isso, os alunos sentiam.
Ensinou-nos a ser sintéticos, a “libertar-nos do excesso de
nada” que nos tinham enchido e inchado nos anos do pobre ensino secundário da
longínqua década de 1980.
Detestava “masturbações intelectuais”. Gostava de pessoas
frontais e estava pronto sempre para ajudar os outros.
Estar com as pessoas, não ter medo delas, conhecê-las in
loco é vital para serem verdadeiros Sociólogos! Mas para mim o seu legado maior é o profundo humanismo com que trata todos os seres humanos,
todos, sem exceção.
Num sábado de manhã, passava ao largo dos claustros, com um aspeto
emagrecido, cansado, adoentado. Ele ao longe, apercebeu-se de alguém que tinha sido
aluno dele e que não parecia bem…Veio logo ter comigo e pergunto-me e estava
bem, se precisava de alguma coisa (vivia fora de casa e não aparentava de todo
ter muitos recursos), até de dinheiro para comer.
Agradeci muito o gesto (na verdade era só cansaço e desamor).
Mais do que o gesto era preocupação sincera
e genuína. Nesse momento, percebi a verdadeira dimensão daquele HOMEM, para
além do extraordinário professor e académico.
Eu segui o meu
caminho mas nunca mais esqueci que o “Homem não é uma ilha” .
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