Sociologia 0 Economia 1 (como a Economia matou a Sociologia)
No início era o Comte.
Colocou a Física social no topo da pirâmide das ciências de
então, e ela viveu anos de glória.
Em França, patrocinada pelo estado tornou-se anti poder; mas esse mesmo estado apesar de incomodado, respeitava. Ajudava-o a questionar o seu papel de
responsabilidade social.
Nos Estados Unidos, estudos de psicologia e dinâmica de
grupos ajudavam a perceber fenómeno da criação de gangues, controlo de
multidões e preferências consumistas.
Cumpria uma função importante
e com a manipulação do software SPSS, passou a fornecer a partir do final da
década de 80, dados importantes para os políticos afinar as suas ações
políticas com as expectativas das populações.
Licenciados em Sociologia foram manipular dados estatísticos
por todo o mundo e passaram a servir os grupos no poder.
E assim a Sociologia deixou de questionar os sistemas de
Democracia Formal por toda a Europa.
A Economia, enquanto ciência, ansiava por fórmulas que
pudessem prever os imprevisíveis e irritantes fatores sociais, imprevisíveis e
irritantes porque impediam que os números cumprissem a sua magia. Ansiava
credibilidade. A magia da previsibilidade, da soma lógica…O número é a Verdade.
O sistema monetário precisava de uma justificação para a
crescente riqueza das corporações e da manipulação de estados e atores
políticos. Precisava de uma ciência que pudesse traduzir tudo por números e
retirar o fator humano da equação. Precisava também de homens capazes de
radicalizar a religião monetarista. Os seus mais fervorosos seguidores são os
que na sua juventude lutaram por outras formas estruturalmente idênticas de
controlo da moeda.
No outro lado da barricada, os agentes que controlam a moeda sempre desconfiaram de uma Sociologia, Qualitativa na sua génese, ciência capaz de abarcar não só pensadores de esquerda, mas também indivíduos reformistas que teimam em procurar alternativas ao sistema monetário atual.
O contrato de casamento foi selado e ambos vivem felizes. A Economia
é a ciência oficial do poder político? Não! A economia é a religião formal dos
mentores que controlam a “produção de moeda” e a espalham pelos agentes (grupos
de corporações que criam zonas de mercado).
Estes escolhem produtos de Marketing denominados Políticos
para veicularem a Religião numérica reforçada pelo termo Ciência Económica.
Enquanto a Economia era colocada no pedestal, a Sociologia
foi sendo domesticada. Docentes universitários são pagos pelos mercados; ou servem
nas câmaras, ou em centros de estatística e empregos a ajudarem a manipular
números (reparem que as economias estão sempre em ciclos de pseudo-crescimento,
após quebras de 1 a 2 anos). Quando presentes nos media, os Sociólogos nada dizem além de banalidades ocas e patéticas. Reduzidos a um triste vazio hedonista Lipovetskiano.
A nova sociologia poderá ser o elemento unificador e de síntese de novos paradigmas que emergem. A SocioBioEconomia poderá ser um novo caminho!
Mas isso, faz já
parte do Futuro………………………………………
Luís da Costa / 2014
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