1 sociólogo a ler MISERICÓRDIA - Lídia Jorge (Leya)

Desejos de continuação de uma Semana Positiva, Cheia de Coisas Boas! 

O livro das Quintas aparece esta Quarta, a Vida é mesmo assim...

Existem livros que saem das entranhas, para além das palavras, no não-dito que é impossível de ser transcrito e permanecem no limbo das infindáveis emoções do nosso relacionamento com os outros.

Todos os outros - mães, pais, filhos, primos, amigos, menos amigos - que nos construíram e destruíram, que nos amaram e nos detestaram!

Falava com uma velha leitora de Lídia Jorge (leu quase tudo dela) e refletindo sobre Lídia, a escritora, dizia que talvez entendesse que as estórias da Lídia, quase nunca, ou nunca tinham um final feliz. Tal como a Vida Real, não existem finais de felicidade pura e por isso os seus livros até eram injustamente ignorados por uma grande massa de leitores.


É natural nos humanos, tendemos para fugirmos de nós mesmos (impuros e imperfeitos), procurando Shangri-Lá, onde todos vivem em harmonia, naquele Lost Horizon*(1933). Os personagens de Lídia Jorge são assim e nem mesmo os críticos, muitas vezes, entendem Lídia.

 No Vento Assobiando nas Gruas, um exemplo, importa o encontro de todos "os mundos, realidades, que se fundem e misturam"; por mais castas que se criem para separar homens e mulheres, nós evoluímos através do choque, dos novos vislumbres e das novas perceções sofridas. 

Como eu sou Retornado, claro que me apaixonei por aquele vento de mudança, mexia com os meus fantasmas, assim como Misericórdia vai mexer com o universo de muitas Portuguesas e Portugueses.


Misericórdia é quase um livro escrito a dois. L. J. e a sua mãe. No pedido final da sua mãe está uma preocupação e uma mensagem. Vive o mais feliz que puderes!

Não vou fazer spoiler, nunca faço, mas sei que deve ler Misericórdia, o mais recente Romance desta Enorme Escritora Portuguesa.

E que o coloque na sua estante, o empreste e ofereça, o partilhe e o perca num banco de jardim, só para o comprar de novo.

 É que Lídia Jorge, além de uma enorme e vibrante escritora, parece ser, pelo breve contacto que Cidra teve com ela, um ser humano maravilhoso. E isso é raro, por estes dias...




O meu nome é Luís da Costa. Obrigado por ler este artigo até ao fim.

Até já!


* James Hilton escreveu Lost Horizon. Leiam por favor!

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